quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A pílula


A pílula contraceptiva oral combinada, também conhecida como pílula anticoncepcional, ou simplesmente "a pílula", é uma combinação de estrogênio e progestágeno administrada oralmente para inibir a fertilidade normal da mulher.

Mecanismo de ação

A maturação dos folículos necessita de hormonas da hipófise (glândula endócrina junto ao cérebro), a FSH (Folicle stimulating hormone ou hormona estimuladora do folículo) e também s LH. Normalmente surgem vários folículos ováricos (cada um com 1 óvulo) em crescimento que, ao aumentarem de tamanho, excretam estrogénios em cada vez maior quantidade que actuam por feedback negativo na hipófise, havendo redução progressiva da libertação de LH e FSH. Os vários folículos então competem por essas escassas hormonas, sendo que o maior folículo (que tem maior superfície e portanto mais receptores para elas) é activado suficientemente e os menores degeneram. Esse folículo maior então produz cada vez mais estrogénio, até que em altas concentrações ocorre conversão do feedback negativo em feedback positivo (mecanismo complexo) que leva à excreção em massa de LH e FSH que estimulam o rompimento do folículo e a ovulação.
A administração de doses baixas mas constantes de estrogénio e progesterona inibe a produção de FSH e LH na hipófise, por feedback negativo enquanto todos os folículos são ainda pequenos. A diminuição das concentrações de FSH e LH leva ao não desenvolvimento dos folículos que surgem, já que nenhum deles é suficientemente grande para ter receptores de FSH suficientes para não degenerar.
Ou seja, há como que uma simulação da produção de estrogénio por um folículo grande apesar de nenhum existir (porque o estrogénio vem do medicamento), e portanto todos os folículos degeneram de acordo com o mecanismo normal de "seleção natural" de apenas um deles, o maior, para ovular. Devido à pílula ele não existe, portanto não há ovulação de nenhum.
Eficácia
O índice de Pearl é freqüentemente usado para comparar a eficácia dos diferentes métodos de contracepção. Ele é expresso como o "número de gravidezes indesejadas em 100 mulheres normalmente férteis em um período de um ano". Cada método de controle de natalidade tem dois números no índice de Pearl:
efetividade do método: é o número do índice de Pearl para uso sob condições perfeitas. O número de efetividade do método para a pílula anticoncepcional tem sido medido entre 0,3 e 1,25, o que significa que em condições ideais, entre 0,3 e 1,25 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso perfeito da pílula (índice de Pearl = 0,3 a 1,25).
efetividade do usuário ou efetividade típica: é o número do índice de Pearl para uso que não é consistente ou sempre correto. A efetividade do usuário medida pelo índice de Pearl para a pílula anticoncepcional está entre 2,15 e 8,0, o que significa que entre 2,15 e 8,0 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso típico da pílula (índice de Pearl = 2,15 a 8,0).Se a mulher começar a tomar a pílula dentro de cinco dias após o início do seu ciclo menstrual (o ciclo menstrual inicia no primeiro dia de sangramento), ela irá ter uma proteção contra a gravidez desde a primeira pílula que tomar. Se uma mulher começar a tomar a pílula em outro período do ciclo menstrual, ela deve usar outra forma de contraceptivo por sete diasOcasionalmente muitas mulheres esquecem de tomar a pílula diariamente, prejudicando a sua efetividade. O uso correto do pacote de pílulas para 21 dias é tomar as pílulas todos os dias aproximadamente no mesmo horário do dia durante 21 dias, seguidos por uma pausa de sete dias.
O uso de outros medicamentos pode impedir que a pílula funcione, devido a interações com o metabolismo dos constituintes hormonais. Uma diarréia também pode fazer com que a pílula pare de funcionar, porque ela faz com que os hormônios contidos nas pílulas não sejam adequadamente absorvidos pelos intestinos.

Efeitos contraceptivos
Inibição da ovulação: não é o único mecanismo importante.
Espessamento do muco do colo do útero: barreira à passagem dos espermatozóides.
Atrofia do endométrio
Efeitos adversos
Alterações do humor e comportamento ligeiras.
Subida da tensão arterial ligeira.
Aumento da hormona tiroxina da tiróide.
Aumentam o colesterol e os outros lípidios moderadamente.
Maior pigmentação cutânea (escurecimento da pele)
Aumento ligeiro da função cardíaca.
Por vezes muito ligeiro efeito virilizante (devido à pequena actividade androgénica da progesterona), menos pronunciado nas pílulas de última geração.
Aumento de peso
Retenção de líquidos
Raramente:
Depressão
Tromboses e embolia
Enfarte do miocárdio
AVC
Cancro do colo do útero se houver infecção com papilomavirús.
Perda de cabelo
Eritema
Quando deve consultar um médico
Deve fazer uma primeira consulta, depois um controlo ao fim de 3 meses e, por fim, visitas regulares de 6 em 6 meses. No entanto, se enquanto tiver a tomar a pílula ocorrer as seguintes opções, deve consultar um médico:
· Ganho de peso repentino, sem que tenha havido mudança na dieta ou no estilo de vida;
· Dores de cabeça fortes e fora do comum;
· Dores na barriga da perna ou no tórax;
· Vômitos ou diarreia persistente
· Corrimento mamário;
· Hemorragias vaginais abundantes;
· Qualquer sintoma que não tenha tido antes de tomar.

Nenhum comentário: